Pela primeira vez na história, total de dinheiro guardado pelos brasileiros na poupança supera um trilhão de reais. O valor tem crescido, mês a mês, desde o começo da pandemia. E a marca de um trilhão foi superada porque, em setembro, o volume de depósitos foi 13 bilhões de reais maior que o de saques. Foi o melhor resultado para o período desde que o Banco Central começou a registrar essas dados, em 1995.
Para se ter uma ideia de como as coisas mudaram, com a pandemia, o saldo positivo de 13 bilhões, registrado em setembro, é o mesmo apurado em 2019 inteiro. A dispara da entrada de recursos na poupança tem muito a ver com o auxílio emergencial.
Já que boa parte do dinheiro cai em uma conta desse tipo, aberta pela Caixa, para cada cidadão.
Mas não é só isso. Tem, ainda, o fato de que muitos brasileiros que investiam em renda variável perderam dinheiro com a crise e migraram para a poupança, onde o risco é quase zero.
Sem esquecer que março, quando foi decretada a pandemia, foi o pior mês da Bolsa de Valores do País em 20 anos.
Considerada a forma mais simples e uma das mais seguras de aplicar o dinheiro, a poupança, por outro lado, passou a render menos, desde 2017, com a queda da taxa básica de juros.
A regra é: sempre que a Selic estiver abaixo de oito e meio por cento, a poupança pagará ao dono do dinheiro 70 por cento desse índice.
Ou seja, hoje, com a Selic em dois por cento ao ano, o menor nível da história, a poupança rende 1,4, mais a taxa referencial.
É menos que a inflação projetada pelo Banco Central para este ano, na casa de 2,12, o que indica que quem escolher esse tipo de investimento, apesar de não correr riscos, vai perder dinheiro.