O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) fechou 2020 com desembolso nominal recorde em sua história: R$ 2,85 bilhões, alta de 118% em relação a 2019. Do total liberado, 73% se deram por meio de recursos próprios, 26% foram provenientes de repasses de outras instituições e 1% de recursos de fundos.
O segmento que apresentou o maior crescimento do desembolso foi o de micro e pequenas empresas, que recebeu R$ 906,2 milhões, mais de quatro vezes (443%) o liberado em 2019 e, também, recorde na história do banco.
No ano passado, o BDMG atendeu 13.462 clientes, entre empresas e prefeituras, alta de 165% sobre 2019 e mais um recorde histórico. Estes clientes estiveram distribuídos em 686 cidades, 85% delas com IDH menor do que a média brasileira.
“Os resultados recordes, especialmente os voltados para micro e pequenas empresas, demonstram que o BDMG tem cumprido seu papel de banco de desenvolvimento neste cenário desafiador, desencadeado pela pandemia. Conseguimos equilibrar a alta demanda por crédito com a necessidade de preservação da solidez financeira da instituição”, afirma Sergio Gusmão Suchodolski, presidente do banco.
Recursos captados
Outro recorde batido pelo BDMG, em 2020, refere-se ao volume de recursos captados no mercado: R$ 2,3 bilhões, visando dar lastro financeiro para a manutenção ou estruturação de novas linhas de crédito. As captações se deram com instituições internacionais como Fonplata, Banco Cargill, Agência Francesa de Desenvolvimento, além da negociação com o Banco Europeu de Investimento para a flexibilização de recursos já captados para uso nos programas emergenciais relacionados à covid-19.
A última destas operações no mercado internacional ocorreu em 29/12/2020, na Bolsa de Nova Iorque, quando o BID Invest adquiriu US$ 50 milhões em Titulos Suntentáveis emitidos pelo BDMG. Foi a primeira vez que um banco público brasileiro emitiu um título deste tipo, que é destinado ao financiamento de projetos com enfoque ambiental e/ou social de empresas de todos os portes e municípios.
Pandemia – plano de ação
Desde a decretação oficial da pandemia, em março de 2020, o BDMG movimentou-se para ajustar seu portfólio de produtos à nova realidade, provendo maior liquidez ao mercado. “Reduzimos nossas taxas, ampliamos os prazos de pagamento, abrimos um programa de renegociação de dívidas, criamos ou ampliamos programas de crédito focados em micro e pequenas empresas e também criamos condições exclusivas para empresas do setor da saúde. Vale destacar também que, por meio de nossa plataforma digital, o micro e pequeno empresário pôde requisitar crédito de forma online, com mais agilidade e menos burocracia”, destaca Sergio Gusmão.
O BDMG também foi a 2ª instituição financeira do país a aderir ao Pronampe, programa de crédito da União de apoio às micro e pequenas empresas e firmou uma parceria com o Sebrae para oferecer capacitações em gestão financeira gratuitamente a seus clientes.
Impacto dos financiamentos
Com base na metodologia Insumo-Produto, da Fundação João Pinheiro (FJP), estima-se que a atuação do BDMG, até o mês de novembro de 2020 (último dado disponível), tenha estimulado 25.140 empregos e adicionado R$ 913,6 milhões à produção mineira, além da geração de R$ 70,5 milhões de ICMS.
Cerca de 57% do volume total desembolsado em 2020 tiveram sua destinação associada a pelo menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda global das Nações Unidas que orienta a estratégia de atuação do banco. Neste contexto, destacam-se os desembolsos de R$ 97,8 milhões para projetos de energia renovável (especialmente fotovoltaica), superiores em 67% aos de 2019. Quando em operação, estes projetos permitirão um aumento de 32 MW na capacidade instaladade energia no estado, o suficiente suprir o consumo de mais de 28 mil domicílios/ano e evitar a emissão de mais de 6.000 tCO2e/ano.
Saúde e empreendedorismo feminino
Em função da pandemia, o BDMG estruturou linhas especiais de crédito para o atendimento ao setor de saúde que contribuíram para que o desembolso para as empresas vinculadas a este segmento alcançasse R$ 185,1 milhões. Estes financiamentos foram destinados à criação e manutenção de leitos hospitalares, centros de saúde assistida, além de apoiarem a produção de kits de diagnóstico para a covid-19, luvas descartáveis e outros materiais.
Outro destaque, igualmente sintonizado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, foram os desembolsos por meio da linha de crédito Empreendedoras de Minas. Voltada para micro ou pequenas empresas lideradas por mulheres, a iniciativa contemplou 789 empresas em 201 municípios, para as quais foram destinados R$ 31,2 milhões em 2020.