Custo de vida do brasileiro deve fechar o mês de outubro em alta. Pelo menos o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, avançou 0,94 por cento.
A maior alta para o período desde 1995.
O resultado da pesquisa, feita pelo IBGE, confirma que depois de despencarem, quando a pandemia foi decretada, os preços voltaram a subir. E com força.
No acumulado de março, abril e maio, houve uma queda de 0,58 por cento. Mas entre junho e outubro, o indicador já disparou 1,94 por cento.
Isso aconteceu, basicamente, porque no começo da crise, com muita gente com medo do futuro e o fechamento do comércio e da indústria, as pessoas passaram a consumir menos; aí o preço caiu.
Depois, com a retomada das atividades, parte da população voltou a sair de casa e a gastar; aí o preço subiu.
Um exemplo claro de como isso funcionou fica por conta dos combustíveis. O valor da gasolina caiu em março, abril, maio e junho.
Seja porque aqui tinha menos carro na rua, os postos estavam vazios; ou porque lá fora os grandes compradores de petróleo cortaram os pedidos, já que a mesma coisa aconteceu em várias regiões do mundo.
Agora, tem tanto carro na rua que algumas cidades voltaram a ter congestionamentos. E o preço está em alta desde julho.
Destaque negativo, ainda, para os alimentos.
Isso porque itens básicos, como carne, leite, óleo, arroz e tomate ficaram entre quatro e 22 por cento mais caros, nos últimos dias.
O que pode ter relação com a demanda maior, com mais dinheiro em circulação na economia, por conta do pagamento do auxílio emergencial; e também com questões relacionadas à oferta menor no campo, por conta da seca, e o aumento das exportações, por exemplo, que faz sobrar menos mercadoria para a venda aqui no Brasil.