Custo de vida da população de baixa renda dispara. Em novembro, os preços aumentaram, em média, 0,95 por cento. A pesquisa, feita pela Fundação Getúlio Vargas, leva em conta os produtos e serviços essenciais e mais consumidos por quem ganha até duas vezes e meia o valor do salário mínimo.
E mostrou que os preços estão em plena recuperação, depois do primeiro impacto negativo da pandemia do coronavírus.
Em maio, com parte do País praticamente parada, houve queda de 0,3 por cento; já no acumulado de junho, quando muitas atividades começaram a ser retomadas, até agora, houve uma forte alta de 3,93.
No mês passado, o destaque negativo ficou por conta dos alimentos, que pesam bastante no orçamento das famílias mais pobres.
A alta, no geral, foi de 2,18 por cento, mais que o dobro da média dos vários produtos e serviços pesquisados.
Itens básicos, como tomate, batata e arroz subiram entre seis e 32 por cento.
No geral, entre as causas da alta dos alimentos, ao longo dos últimos meses, estão: a produção menor no campo, por conta da seca, e o aumento das exportações, que fazem sobrar menos mercadoria para o Brasil; e a demanda maior, por exemplo, por conta do pagamento do auxílio emergencial, que botou mais dinheiro pra girar.
A lista com as principais altas conta, ainda, com a passagem de avião, cada vez mais cara, por causa da retomada das atividades e da procura maior.
O grupo vestuário foi o único a registrar queda de preços, em novembro, e ainda assim pequena, de 0,04 por cento.