O setor de apicultura tem registrado aumento de vendas durante a pandemia de covid-19. Dados da Federação Mineira de Apicultura (Femap) apontam que as vendas aumentaram cerca de 30% desde o início da quarentena, isolamento social de prevenção à infecção pelo coronavírus.
Segundo Cézar Ramos Júnior, apicultor de Bambuí, no Centro-Oeste do estado, e também presidente da Femap, o aumento da procura está ligado aos benefícios trazidos pelos produtos da apicultura. “Por causa da pandemia, as pessoas estão mais preocupadas com a saúde e têm buscado seguir uma alimentação mais saudável. Como o mel e a própolis atuam como uma espécie de antibiótico natural – que ajuda o nosso corpo a combater infecções, além de aumentar a imunidade -, o consumo dos produtos tem crescido”, explica.
O bom desempenho mesmo durante a crise também foi sentido por Cristiano Carvalho, presidente da Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), sediada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Ele explica que a cooperativa absorve a produção dos apicultores e, após análises em laboratório, a matéria-prima aprovada é comprada, beneficiada e exportada para diversos países. “A demanda, tanto do mercado interno quanto externo, aumentou drasticamente. Todos estão em busca de reforço para o sistema imunológico”, pontua.
Produção
De acordo com dados do Safra Pecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a atividade apícola envolve cerca de 7 mil apicultores em Minas, gerando mais de 42 mil empregos diretos e indiretos no estado.
Minas é o quinto maior produtor de mel do país, com previsão de produção de 6,14 mil toneladas em 2020. Esse volume corresponde a 12% da produção nacional. Além disso, o estado ainda é o principal produtor de própolis verde – produz entre 80 e 100 toneladas por ano, o que equivale a 90% de toda a produção brasileira.