O mês de setembro é conhecido pela cor amarela, por conta da prevenção ao suicídio. Os transtornos mentais são considerados a segunda principal causa de dias improdutivos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os quadros mais prevalecentes estão a ansiedade e a depressão e problemas relacionados ao uso de substâncias. A pandemia de Covid-19 trouxe um aumento na incidência de casos de transtornos mentais, não só por conta da necessidade do isolamento social, mas também pelo medo da contaminação pelo vírus e perdas: da rotina, financeiras, de contato social, e de parentes e entes queridos.
Nessa fase, de acordo com o médico psiquiatra, coordenador da área de Saúde Mental do curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dr. Celso Garcia Junior, a recomendação é tentar manter a rotina: “Tenha uma boa noite de sono, mas sem exagerar no número de horas descansando, além de se exercitar, tomar sol e tentar manter algum contato social ainda que seja virtual, podem ajudar a diminuir o estresse. É importante também evitar a superexposição ao noticiário relacionado a pandemia, o que acaba piorando a saúde mental das pessoas.”
Para a médica endocrinologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dra. Juliana Gabriel, a prática da meditação ajuda a diminuir o estresse. “Existem diferentes tipos de meditação, todas com grande benefício, podemos falar, por exemplo, da Mindfulness, um termo em inglês que significa “atenção plena ao momento presente” e é como se fosse um treinamento mental para que sair dos próprios pensamentos, geralmente relacionados ao futuro com questionamentos como “o que eu tenho que fazer”, ou ao passado: “o que eu fiz que poderia ter sido diferente.”
A especialista destaca que há uma série de benefícios ao treinar a mente para estar no presente, como melhora na atenção e capacidade de concentração e foco; aperfeiçoamento na comunicação e nos relacionamentos; melhora na ansiedade e mesmo na melancolia, entre outros. Além disso, a meditação tem um papel também na saúde física. “Ao estarmos mais atentos ao presente, começamos a prestar mais atenção nos sinais que nosso corpo nos envia. Percebemos melhor a sede, a fome e saciedade, posturas incorretas, vontade de ir ao banheiro. Essas são necessidades tão básicas e óbvias, mas no mundo em que vivemos quase o tempo todo no campo mental, a desconexão com o corpo é muito frequente – e consequentemente, a redução do autocuidado também”, conclui a Dra. Juliana.